quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Quero

Quero apaixonar-me. Quero chorar de tão comovido e de tanto rir. Quero sorrir. Quero correr sob chuva e ainda que nu não ter frio. Quero olhar para a coisa mais horrível do mundo e adorá-la, como se tivera filtro nos olhos que, não iludindo, me fizesse ver tudo em tons de alegria. Quero tremer. Quero ter aquela impressão na barriga, aquele peso que substitui qualquer noção de fome. Quero desesperar ao olhar para um relógio, por andar tão devagar e tão depressa, quando lhe convém e a mim não, numa intensa e frustrante experiência da Relatividade. Quero ter os lábios ridiculamente presos a uma expressão de felicidade infantil, imóveis. Quero ser criança e ter consciência. Quero correr desalmado e parar estático. Quero ser absurdo. Quem já amou, ou ama, sabe do que estou a falar. Quero apaixonar-me.

1 comentário:

  1. apaixona-te pela vida, que tal? não há maior amor que possas viver.
    gostei bastante do que li. *

    ResponderEliminar

Comentários