segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pescar

Começar um texto, criar um poema, traçar a mais leve palavra a lápis é tal e qual como ir à pesca. Por mais que nos preparemos, tenhamos atenção às marés, escolhamos uma boa linha, tratemos da nossa cana, tanto podemos apanhar um grande e saboroso peixe como uma bota velha, ou mesmo nada. E às vezes quanto menos preparamos, melhor se torna o isco e o anzol a nós não pica.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

It's not over

My tears run down like razorblades
And no, I'm not the one to blame
It's you ' or is it me?
And all the words we never say
Come out and now we're all ashamed
And there's no sense in playing games
When you've done all you can do

But now it's over, it's over, why is it over?
We had the chance to make it
Now it's over, it's over, it can't be over
I wish that I could take it back
But it's over

I lose myself in all these fights
I lose my sense of wrong and right
I cry, I cry
It's shaking from the pain that's in my head
I just wanna crawl into my bed
And throw away the life I led
But I won't let it die, but I won't let it die

But now it's over, it's over, why is it over?
We had the chance to make it
Now it's over, it's over, it can't be over
I wish that I could take it back

I'm falling apart, I'm falling apart
Don't say this won't last forever
You're breaking my heart, you're breaking my heart
Don't tell me that we will never be together
We could be, over and over
We could be, forever

I'm falling apart, I'm falling apart
Don't say this won't last forever
You're breaking my heart, you're breaking my heart
Don't tell me that we will never be together
We could be, over and over
We could be, forever

It's not over, it's not over, it's never over
Unless you let it take you
It's not over, it's not over, it's not over
Unless you let it break you
It's not over

Secondhand Serenade
 

domingo, 16 de janeiro de 2011

Doença

Padeço de singular doença
A doença de nenhuma ter.
Tudo é meu em seu tamanho
Mas só desejo o que não tenho
Mãos vazias, coração a ver.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Insónia

A noite acordou-me quando é tarefa dela embalar-me. Abri os olhos, ofuscado pela dura realidade escura, antes de os ter aberto tudo era tão belo e simples... Ainda confuso pelas realidades tão próximas e tão distantes, encontrei uma carta debaixo da almofada. Lembrei-me de que era um documento sem importância que deixara na mesa de cabeceira, e tornei a deitar a cabeça. Não, não podia ser teu. Mas a razão presente foi vencida pela emoção que sempre quer estar, e abri o papel. Era o tal documento, e eu até teria encolhido os ombros, se não tivesse logo deitado a cabeça e tentado voltar ao sonho. Voltei a adormecer, mas a noite foi escura, tanto cá fora como lá dentro.

Brilhos e barulhos, amores e paixões

Dizem eles que o brilho da Lua vem daquele que é do Sol. Pois sem o Sol a Lua lá continuará, e não fosse o brilho dela na noite, e todos se apaixonariam pela escuridão calma e esqueceriam a paixão cansativa e barulhenta do dia. O céu é um só, mas só será pleno enquanto este estranho amor se mantiver, tão distante quanto o reflexo do teu rosto no rio que em mim corre.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Conhecer-me

Queria levar-te a conhecer.
Não o mundo, que esse eu não conheço.
Quem conhece?
Queria levar-te a conhecer o nada que conheço
É que quando nada se conhece tudo se pode fingir conhecer
Sem nunca se arriscar errar.
Assim podia mostrar-te mais do que tudo
Um nada que todos gostariam de conhecer mas nunca poderão
Porque esse nada
É meu.
Mas o barco é outro, na minha jangada vou sozinho.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Um ano depois - 09-01-2010

Não, não quero dormir, estou demasiado cansado. Tenho preguiça de me entregar aos lençóis, para quê se é tão mais fácil sair e fingir que se vive, e deixar a vida cá dentro, a fazer comichão, a lembrar que existe e quer ser o primeiro plano de um quadro que pinto de cores de nada? O sonho cansa, porque nos mostra aquilo que o nosso dia podia ser mas deixa-o guardado de noite, como um oásis de areia. E se eu adormecesse de dia, ou melhor, fingisse que dormia e trouxesse para o Sol a magia da Lua?
Há um ano adormecei, sem saber que nome dar a esse sono. Continuo sem saber, por isso, continuo adormecido. Talvez só acorde quando chegar o sono eterno, e mesmo aí dependerá da cama que Deus nos tem preparada.