quinta-feira, 24 de abril de 2014

Circadiem

Um;
Dois;
Três.
Era
Uma
Vez,
Uma vida faz-se
Pela primeira vez nasce.
E ela grita e chora suspira, gira, abre a alma e a alma respira.
Floresce.
A mão mal fecha até que mexe e de nem conseguir a si segurar fortalece, cria, cresce.
Mão ao peito.
E o peito vai abrindo os olhos
E se inquieta como se vão indo os folhos dos lençóis quentes da cama
E ama
E mais que amar queimam as paixões fugazes de meninas pequenas e ainda mais pequenos rapazes
Que da bola
Passam ao bar
Lápis, Livros
Sentar a estudar
Erguer para trabalhar
Nunca não deixando aos sonhos um tempo da batida do coração que foge a sete pés da jaula
Tanto na lavoura como na sala de aula
Porque a mente se rotina mas lá vai esquecendo a calma
Não descansa
Nem é mansa
Esperneia no pensamento enquanto a meta não alcança, oh, foi-se o par mas fica a dança
Afinal,
A batida
Pode amolecer
Mas enquanto bate conta
E quer fazer contar, não só ver acontecer
Ler um conto não faz mal mas a história melhor se vive na viagem até aos olhos da personagem principal
Desde a linha primeira
À derradeira
E páginas tenha
E perceba que a façanha querida não é querer saber a contra capa mas nas linhas desenhar um mapa
De cheiros,
Visões
De meros segundos feitos milhões
De ponteiros esmagados das lutas contra a areia que nos fizeram querer ver cair
Não seja fechado
Aquele
Que é destinado
A ter a ânsia de sair e sentir o chão a perder terreno
Até que a grande força do poder do corpo movido pelo fogo do mais benigno veneno
Abranda
Anda
Devagar
Vai-se menos passeando a carne deixando mais o sangue divagar,
E deita-se
Como um bebé.
Só que já não chora
Deixa-se ir
Chegada a hora
O lençol de novo aquece
E a batida
Não se alonga
E adormece
No conforto
De um navio
Parado no porto.
Lembrando
De quando em
Vez
Uma
Era.
Três;
Dois;
Um.