quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O Pagmamahal

Existe um oceano enorme, chamado Pagmamahal. É maior que qualquer definição de quantidade que possa existir; vai para lá do olhar e da imaginação, para lá de nós. Neste oceano mergulham muitos homens, mas não porque queiram. Mergulham porque sim. Não escolhem quando, como, porquê, com quem. Só mergulham. Quando o fazem, sentem na pele e na alma o quente da água do Pagmamahal, bem como a sua extrema leveza, tanto que os parece envolver por completo. A respiração é cortada, o coração acelera, a barriga parece pesar, cheia do líquido do oceano. O mergulho é, de início, extremamente acelerado; a superfície afasta-se rapidamente, mas nem por isso, a luz diminui. Pelo contrário, tudo vai parecendo mais claro e nítido, apesar de quase fantasioso... vêem-se coisas espectaculares, sentem-se emoções arrebatadoras, tudo indescritível, apenas ao alcance dos homens que fazem o mergulho. A velocidade vai diminuindo e os homens podem apreciar a magia do Pagmamahal mais calmamente, de modo menos alucinante. Até que se bate no fundo do oceano. Nesta altura, os homens dividem-se naturalmente em três grupos diferentes. Dois deles, que formam a grande maioria, regressam ao cimo; os primeiro emergem a uma maior velocidade da que com a qual imergiram, os outros levam um pouco mais de tempo. O terceiro grupo de homens é de facto o mais pequeno. Esses ficam para sempre no Pagmamahal, nele nadam e são felizes, aproveitando cada maravilha que tem para oferecer.

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