domingo, 3 de outubro de 2010

Ser

Quem escreve versos
Planta sonhos
Semeia emoções
Desperta corações
Reúne os dispersos
Traz à tona os submersos
Tece panos de algodão
Estende ao só uma mão
Torna-nos em si imersos
Pinta o escuro
Abre uma luz brilhante
Derruba mil e um muro
Traça a lápis uma constante
Abre no morto um furo
Estende um tapete vermelho
Faz do amor uma prova
Torna o novo velho
Traz da antiga coisa nova
Aconchega em pedra fria
Chora num riso contente
Jura que por eles morria
É alguém igual e diferente
Porque ser poeta é ser-se tudo
É amar escrito em papel
É gritar sendo mudo
Fazer do amargo, mel.

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