quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eu

Não sei quem sou. Quem me vê na rua e me conhece só a cara, tem dificuldade em chamar-me poeta, ou escritor, ou lá o que se chama a quem escreve o que eu escrevo. Sou o Diogo, esse sou eu, mas serei eu inteiro? Aqui, nestes campos, assino Diogo Pintas. Não é o meu verdadeiro nome, mas gosto de acreditar que é o meu verdadeiro eu. Mas será? Sou só Diogo, serei Diogo Pintas, serei os dois? E sendo os dois, são misturados, são separados, complementam-se ou são antagónicos? Não sei quem sou. Parecemos dois diferentes, mas os dedos que aqui são extensão de alma são os mesmos que, lá fora, apertam mãos. Aqui comprimento, lá fora cumprimento. Acho que me sinto melhor aqui; porém, também lá fora sou feliz! A verdade é que aqui posso ser quem quero. Muito do que escrevo é pura criação artística. Exemplo? Nunca tive um amor platónico, e talvez o poema anterior o possa fazer adivinhar. Aqui, extendo-me, expando-me, estico-me, anseio e tento uma plenitude que nunca será plena mas será sempre o máximo que posso. Lá fora sou um, mas será o que as pessoas chamarão do eu real. Não quero ser esse, mas também sei que não sou estes. Não sei quem sou.

3 comentários:

  1. Anónimo22.10.10

    Tenho uma teoria (sim, é racional Diogo :p): Nunca ninguém sabe realmente quem é. O tempo que temos enquanto pessoas vivas e concretas não é suficiente para nos conhecermos verdadeiramente. Há pessoas que pensam que sabem tudo sobre si, mas será que sabem? Isso para mim seria enfadonho, mas enfim...

    Gostei. :)

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  2. Anónimo27.11.11

    Gostei muito! Escreves lindamente. Parabéns pelo teu talento e continua, esses teus textos são verdadeiramente inspiradores.

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Comentários