sábado, 4 de setembro de 2010

Para onde?

À janela falo e rezo
Não sei se a Deus, se a mim
E da boca etérea vejo sair
Nuvem que logo vai a subir
Rodopia, e desaparece.

Calo-me, espantado.
Ao longe, no horizonte perto
Percebo ainda, já incerto
O seu rasto de algodão
Num céu que é pardo.

Imagino-lhe, mais que a origem,
O destino que tomará
Que paisagens de si verá
Esta nuvem de quem
A minha mente é mãe...

Recomeço a falar, inspirado
E, logo ao lado
Como a outra logo vai
Pisco os olhos e sopra o vento
E vagabunda, ela lá vai.

Percebo então qual é o fado
Daquela minha oral poesia
E o não lamento;
Porque são palavras aquela nuvem
E palavras, leva-as o vento.

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