sábado, 25 de setembro de 2010

Desencontro

O menino só queria descobrir e quando cresceu essa fome não mudou. O menino, o rapaz, o homem, sempre olhou fascinado para as lutas dos vikings, as conquistas dos reis, as descobertas portuguesas. Sempre o fsacionou o desconhecido por desvendar, o mistério, a dificuldade dos enigmas. Ele só amava verdadeiramente o que nunca tinha visto. Mesmo na idade dos namoros, parecia menos gostar depois de saber o nome da menina, de lhe dar o primeiro beijo, enfim, depois da novidade. Pobre menino, nasceu numa era em que tudo se conhece, e o que não conhece, outros o encontram em fracções de segundo. Sentamo-nos em frente a uma televisão e quilos de informação entra-nos pelos olhos, processo a que já chamaram lavagem cerebral, agora chamam entretenimento. Tivesse nascido séculos antes e teria sido Imperador, Rei, Capitão da mais larga e famosa e poetizada frota. Um triste desperdício, este desencontro causado pelo Tempo.

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