sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Sorriso
Num olhar de criança, bebo uma paisagem verdejante. Estou no topo de uma colina e o tapete verde estende-se até um horizonte indefinido, uma curiosa junção eterna entre terra e céu. Inspiro e os raios de Sol entram-me pelas narinas, enchedo-me de calor e alegria. Aqui e ali existem árvores que projectam descanso a heróis, velhos homens que ali decerto descansaram e como eu pintaram na alma aquele tão belo quadro. Não se ouve nada, apenas a brisa a beijar as flores brancas que adornam o palco. Estas, li uma vez, provam a existência de Deus; tecia a teoria que não tinham razão aparente de existirem, haviam sido criadas para enfeitar o Mundo. Criadas, criador, Deus. Claro que vários refutaram já esta tão bela ideia, mas perante tão majestoso cenário não posso deixar de a ter em conta; afinal a ideia de Paraíso nunca me pareceu tão perto, tão real. Fecho os olhos. A paisagem continua a dançar na minha mente, não desaparece. Neste momento, é como se nada mais existisse, ou melhor, tudo existisse menos este sonho que me invade; e o que não existe é tãão mágico. Desejo ardentemente não existir, ser mais um elemento desta ilusão tão quente e apaixonada. O desejo realiza-se, só porque quero. E a minha boca abre-se num imenso e intenso sorriso.
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meu desejo esse que passa por ser mais e melhor, ser mais algo..
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