domingo, 29 de agosto de 2010

Vocare

Com os meus vi outros
Olhos
Da côr do céu e da côr do mar.
E pareceu-me ouvir o gritar
Das gaivotas e das sereias que cantam
No mesmo mar.

Pode ser que quando o Sol renascer
Ou quando a cigarra cantar
Os olhos azuis da côr do mar
Resolvam de novo aparecer.

Perdido no tempo e no espaço
Preso num corpo que não tem asas
Vou-me sentar, deitar, esperar, sonhar
E os olhos hei-de assim encontrar
Quando o horizonte for quebrado
E por eles ali for achado.

Porque a fantasia que um dia vemos
E desaparece
Acredito eu que só adormece
E neste dia em que o Sol embala
E a Lua aquece
Tudo o que vivemos e vimos
E vorazmente sentimos
Voltará em todo o seu esplendor e glória
Matando a expressão memória e fazendo de tudo
Tudo,
Presente.

E quando este dia chegar, os poetas ouvirão um chamamento. Vai tocar uma corneta e aqueles que uma dia desejaram ser mais que três tempos sorrirão, por fim.

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