terça-feira, 31 de agosto de 2010

Escolha

Abro a janela e só ouço choro e gritos, fecho-a e parecem aumentar. Vejo as mentiras vencerem a verdade, vejo a inveja conquistar a força de vontade, vejo o dinheiro a comprar falsos sentimentos. Vejo máscaras de plástico, vejo amigos de ferro e vidro, vejo pessoas que pela trela levam outras, numa enorme cadeia de depressão e interesse desinteressado. Sobre as cores da criação foram postas fábricas e quilos de lixo, e quem as lá coloca não se importa se os seus filhos terão amanhã água que beber. Nem a chuva que constante cai parece acordar esta pasmaceira só cortada pela euforia do sofrimento alheio, que tanto dura como um fósforo ao vento. Por momentos, sinto que é sendo romano nesta Roma pouco imperial que poderei conquistar aquilo a que penso corresponder a felicidade. Mas não, entre o cinzento escuro lá de fora e o pouco de cor que tenho para dar, vão ter que levar comigo, porque eu, eu escolho amar.

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