sexta-feira, 26 de março de 2010
O choro do mar
Se, nas calmas noite de Verão, formos até a uma praia deserta e no céu despontar uma Lua bem cheia e calarmos qualquer pensamento, é-nos possível ouvir o choro do mar. Porque o mar já foi outrora um lugar secreto, mágico, cenário de aventuras de piratas e descobertas líricas que um povo uma vez realizou, já foi morada de sereias e deuses e a sua cor era mais que o simples reflexo do céu. De noite, quando essa cor é indistinta, o mar lembra-se de tudo isto, lembra-se dos amores que já abarcou, lembra-se do poderoso e temido que já foi. E lembra-se dos pescadores antigos; esses eram poetas que em bares e em casas à lareira versavam o temor que tinham pelo mar e a inveja disfarçada de homenagem àqueles que por ele nele morreram. E claro, chora. Chora porque o hoje o mar é só o mar, não é misterioso nem mágico e assusta muito poucos. Chora porque já não pode ser descoberto, e de facto uma coisa só é valorizada e apetecível quando não é inteiramente conhecida.
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Escreves bem!
ResponderEliminareu já sabia ..
ResponderEliminarSabias?
ResponderEliminarNão pensei que fosses tão bom a escrever...
ResponderEliminarpareces ser muito querido! :P
(nem sempre sou mazinha)
Filipa
gostei deste! pura verdade.. :)
ResponderEliminarbjo grande
Khrystyna
sabia, que nao era a unica pessoa a ver o mundo desta maneira
ResponderEliminarComentários lamechas.
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