domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sim, sim. Não, não.

A Lei aconselha-nos a que não roubemos nem matemos, entre outros atentados ao próximo. Pronto, aconselha-nos é mesmo uma forma de dizer; obriga-nos a isso. A alternativa inclui grades e grilhões e vá, não é bonita. Sei que pareço frio por dar a entender que é esta Lei a única coisa que me impede de espetar uma facada na vizinha do lado só porque não gosto das calças dela, mas agora que já me puseram em causa vocês, eu pergunto: não matar e não roubar, mesmo que por uma cortês atenção à dignidade humana (e à nossa própria, porque remorsos também são, vá, incómodos) faz só por si uma pessoa boa, quente em oposição à tal frieza? Pois bem, se eu amasse a tal vizinha do lado, para além de deixar a faca guardada na gaveta e o sangue nas veias dela provavelmente ainda me relacionaria com ela, nem que fosse o típico pedir "um raminho de salsa", mesmo à antiga. Porque respeitar a Lei de hoje faz com que não sejamos maus, respeitar uma outra Lei (que não se estuda em Direito, nem tem artigos, só capítulos) faz de nós pessoas boas. E se me pedem que ame (pedem, não obrigam), então ou digo sim, sim, ou não, não. Sem zonas cinzentas, sem explicações, sem promessas para um amanhã eterno. Porque um sim muito explicado ou prometido é, na verdade, um não. Ah, e eu digo sim, sim.

1 comentário:

  1. Não há aqui nenhum texto pior que o outro , são todos FANTÁSTICOS :D
    Mas este por me ser " familiar " está muito bem conseguido ... Parabéns !

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Comentários