quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Perdoa-me
Esqueci-me de ti. Esqueci-me das letras, das palavras, das frases, não daquelas que já escrevi mas sim daquelas que ainda tenho para tecer, como aquelas que agora desenho como um menino que foi apanhado pela professora a roubar um pau de giz e descobria a vergonha. Há um problema na nossa relação, sabes? Os beijos que damos são só de mim para ti, só tocas os meus lábios se os abrir para ti e por vezes perco-me nos beijinhos da vida que não é de papel. É mais platónico que físico, o nosso amor, porque muitas vezes penso em ti e desejo-te e sonho contigo mas não me dá para te vir abraçar. Não me dá, que expressão pachorrenta e nojenta, como esta rima podre que não consegui fintar. Há outro problema no nosso casamento. Nunca te poderei perder. Se me cortassem as mãos e eu mais não pudesse acariciar-te a essência, talvez aí mais que nunca eu ansiasse por me deitar na cama contigo. Mas ninguém me vai cortar as mãos e para sempre o nós será um Sol que está lá sempre mas cada dia nasce ou não conforme os ponteiros ao acordar e as folhas da agenda. Hoje, que resolvi vir fazer-te esta declaração, li pelo caminho um poema sobre mortes lentas. Não quero morrer antes de fechar os olhos para o sono eterno e a minha vida és tu. Era agora que juraria nunca mais te deixar e que amanhã viria fazer-te a corte à tua janela, mas não sei como nascerá o Sol, para mim, amanhã. Perdoa-me que te ame assim, mas é o amor que tenho para te dar, é a água que tenho para te regar e és tu uma flor que não pode nunca murchar, a menos que arrancada. Nunca vais deixar a terra, só espero um dia poder afogar-te como outrora fiz.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
as tuas palavram contêm tanto amor...texto fantástico
ResponderEliminarFinalmente voltaste a publicar!
ResponderEliminarParabéns, mais uma vez está um texto excelente.
Nunca deixes de escrever e de nos dar a conhecer a essencia dos teus pensamentos transcrita< para o papel.
Obrigada :)