Estava sozinho numa ponte
E essa ponte era de madeira.
E essa ponte de madeira ardia.
E já contigo, eu só, fugia
Da morte que, do passado, era certeira.
Abaixo de nós só escuridão cerrada
Um vazio de se ser e de sentir;
E cada corda ou madeiro despedaçado
Era o fim que era contemplado
A solidão, como tigre, a rugir.
Queria o meu coração o teu agarrar
Mas a confiança era mais frágil que o carvão.
A ponte da amizade para o amor é traiçoeira:
E se me agarrasse ao ar? Viver? De que maneira?
Antes que servisse a morte de consolação.
A ponte desabou, por fim
E em queda livre, senti pedido o teu desejo.
Daí a agarrar foi um momento
Caímos, juntos, e o não lamento
Estava seguro pelas cordas de um beijo.
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