#1 Rectângulos no mar plantados precisam de sabores do mundo. Precisam de pessoas que bebam cultura e saibam dá-la, numa mistura coerente entre história temporal e experiência espacial. São como brisas e, quando o devem, como tornados, que acordam, abanam, estremecem.
#2 Há meninos e meninas que sabem crescer sem fechar a meninice e jovialidade dentro de um baú velho e feio. Por detrás de um rosto experiente podemos, como por magia, vislumbrar o sorriso de uma criança quando acorda e brinca e vai à praia e sabe que é tudo, tudo seu. E sabem usá-lo ao serviço de outros meninos e meninas que crescem e não podem só crescer.
#3 Os mais belos e fortes frutos escondem atrás da casca reluzente um trabalho árduo, rígido, longo. E a chuva fria, o Sol queimante, os implacáveis ventos, todos, todos são precisos.
#4 Há janelas e janelas. Há as de presente, há as de passado. E há as de futuro. Por vezes é bom desviar a cortina e vermo-nos amanhã, um amanhã próximo, amigo, conselheiro.
#5 Parques e baloiços libertam crianças escondidas atrás de anos. Libertam sorrisos, brincadeiras, felicidade inocente. E todas as crianças precisam de uma mãe, de uma responsabilidade jovial e quente e de uma mão que sabe ser fria e ser abraço.
#6 Neste quadro que é a vida é essencial que acreditemos em algo, nem que seja nas pessoas ou em nós mesmos. Quando vemos o comportamento das pessoas, quando vemos a ternura vermelha a acontecer neste mundo cinzento, ou uma piada despertadora nesta Terra desleixada, podemos não ver um Deus no céu, mas a respiração que se nos corta e a pele que se nos arrepia dão-nos a imagem de algo poderoso e, se quisermos, omnipresente. Chama-se amor.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentários