quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Silêncio, outra vez.

De súbito, as palavras não chegam. São pequeninas mesmo que com mil letras, e Deus sabe que eu amo as letras. É verdade que as palavras dizem muito, e até o dizem de uma maneira bonita, mas não dizem tudo, não podem dizer tudo. Disse-te que tudo o que existia tinha nome. Menti. Sem querer. Há coisas sem nome, sem palavra. Há coisas que só acontecem, só se sentem, só são verdade. Dizê-las é mentir, porque não se diz, não se diz! O que é que é suposto eu escrever agora? A poesia são palavras e letras, sim, mas é chegado o momento glorioso da vida de um poeta em não há métrica nem figuras de estilo onde se possa enfiar tudo aquilo que se quer dizer. Eu não quero dizer, e já me calei. Tudo há-de ser dito, em silêncios. Sem medos, nem pressas.

7 comentários:

  1. Anónimo18.5.11

    por muitas palavras que existam irão ficar tantas lacunas, tantos vazios impossíveis de preencher com letras..há coisas que apenas se sentem.

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  2. Vês ? Percebeste : )

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  3. Filipa18.5.11

    mesmo com uma directa escreves bem :)

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  4. Anónimo17.11.14

    Não foi.

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  5. O que é que "não foi" dito, Anónimo? (:

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    1. Anónimo25.8.18

      Tanta coisa, Diogo. E há noites, como a de hoje, em que o subconsciente me leva até aos bancos do jardim da Estrela preparada para te pedir para pores fim a este silêncio que só tu entendes.
      Mas ainda bem que o dia amanhece.

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Comentários