Julguei um dia impossível que me sentasse hoje, aqui, contigo. Que lar seria para outras mãos dadas, outros beijos, que não o teria como tenho hoje, aqui, contigo. Todos os dias, em todo o lugar. Em cada lágrima que vejo por entre sorrisos, em cada gargalhada que ouço em silêncios, em cada resposta que me dás calada a cada calada pergunta.
Contaram-me, mentirosos, que o objectivo primeiro disso a que eles chamam amor, como se o soubessem, era criar um lar e procriar e definhar na sorte e azar dos dias. Esquecer por lá, nos quadrados de saudade - a tão longa distância...-, a ternura espontânea, o beijo roubado.
E tu contaste-me que era possível. Roubar beijos e furarmos cada prisão, corremper cada lei e cada olhar que nos condena. Por entre lençóis e os mundos do mundo, fizeste-me cúmplice e sedento de uma pena perpétua de liberdade. De ti.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentários