quinta-feira, 2 de julho de 2015

Astrónomo

Amo a pequena estrela, não sabendo já cego desse amor se é somente estrela, se já morreu e é só luz, se é o Sol. Amo-a e já é o Sol e é cadente e por só a amar a ela é-me mil constelações desenhadas no peito que lhe dou, quadros da minha tinta mas da sua arte e inspiração. Sou para ela o céu, faz do que tenho breu azul e de azul fecundo o mar que em ondas sai de mim. Nascemos um e somos nascente desse oceano de signos e contos, pontos e continuações. Das linhas e beijos faço coroa, coroo-a rainha e eu sou rei. Legitimamos até o ar que se inspira, expiramos suspiros que podem ser brisas ou tornados, tornados nados assim, por nós. E do que damos por nos darmos nada esperamos senão tão só que o rio corra, espelho alegre do céu que nos deu à luz e que alumiamos.

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