domingo, 9 de janeiro de 2011

Um ano depois - 09-01-2010

Não, não quero dormir, estou demasiado cansado. Tenho preguiça de me entregar aos lençóis, para quê se é tão mais fácil sair e fingir que se vive, e deixar a vida cá dentro, a fazer comichão, a lembrar que existe e quer ser o primeiro plano de um quadro que pinto de cores de nada? O sonho cansa, porque nos mostra aquilo que o nosso dia podia ser mas deixa-o guardado de noite, como um oásis de areia. E se eu adormecesse de dia, ou melhor, fingisse que dormia e trouxesse para o Sol a magia da Lua?
Há um ano adormecei, sem saber que nome dar a esse sono. Continuo sem saber, por isso, continuo adormecido. Talvez só acorde quando chegar o sono eterno, e mesmo aí dependerá da cama que Deus nos tem preparada.

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