As ostras e os astros,
De inícios e fins contrários,
Encontram semelhança no entretanto
De assim serem.
Enfeitam e prendam os azuis que escurecerem
Dando à ausência brilhos de tons primários.
Assim, por querer todos os astros dos céus,
Quero uma ostra.
Guardar as areias do meu fundo
No profundo mar,
Sereias e castelos com as mãos fecundo dos grãos seus.
A linha deste colar que coso
Não traz pérolas nem espera.
E se ouso navegar
É devagar.
Vela sem cera,
Chama de vento, sincera
Chama-me e leva-me
A arder.