sábado, 5 de outubro de 2013

Poder

Porque a pena é mais forte que a espada
Mais forte, mais tudo, mais que tudo
O resto, que o escudo, que a montada!
Eu tenho o poder
De poder
Dizer, como quero e me apraz
Tudo aquilo que o mundo é,
Tudo aquilo que o mundo faz,
E não faz, não sendo.
Invento crio sou pai escrevendo
De coisas de um sítio
Que este Sítio não tem
Porque não convém sonhar.
E como o pintor,  escultor,
O músico,
Eu vou pintar, moldar,
Cantar,
Cantos mudos que berram
Para quem sabe ser certo
Ouvir ouvir o escrito
E esses não erram,
Decerto.
Disserto dizendo e rimando
Bebendo de um oceano
Que quanto mais saceia
Menos se vai vazando
E mais quer saciar.
E jorra ódio e amor,
E raiva e paixão
Porque não há dia ou noite
Nem sim nem não
Apenas um cordão cinzento
Que se entrelaça mil em cores
Dando-me no papel
Os meus filhos,
Os meus amores.

O meu poder.

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