Há uns dias fui dar de comer ao meu piriquito, e mudar-lhe a água, como é hábito. No dia seguinte fui lá de novo, e ele tinha fugido. Sem querer, deixei a porta da gaiola aberta...
Tenho a certeza que ele morreu, mas também tenho a certeza que hoje o ouvi cantar através da janela. Quando é que alguém deixará também a minha porta aberta, tencionalmente sem querer?
segunda-feira, 13 de junho de 2011
A estrela
Era uma vez uma estrela. Vivia no espaço, como quase todas as estrelas (há umas que vivem em olhos). E tinha amigas estrelas, e amigos cometas. Os planetas eram demasiado grandes para serem amigos delas. Esta estrela tinha um sonho, que era o mesmo de todas as estrelas do espaço; brilhar tanto como o Sol, que é, de quase todas as estrelas, a mais especial (as dos olhos voltam a ser excepção). Mas havia um problema; ninguém sabia como era possível brilhar tanto quanto o Sol, porque todas aquelas que se pensava terem conseguido, desapareciam! A sorte deste conto, e de muitos outros, é que o facto de o sonho poder significar a morte nunca as fez deixar de sonhar.
Um belo dia, que no espaço é sempre noite, a nossa estrela conheceu um cometa. Bem, ela já o conhecia, mas algo nas suas belas crateras a despertou daquela vez para algo mais. Dentro de si, a estrela sentiu crescer um pequenino ardor, nada de mais, mas suficiente para ser sentido. Ela não sabia o que era. Nem sei eu, ainda, mas descobriremos. Se as estrelas dormissem, aquele ardor teria tirado o sono à nossa estrela. E se comessem, bem, ter-lhe-ia roubado o apetite. E se pudessem escrever, talvez tivesse escrito umas coisas parvas. Ah, e se fosse gente como nós e falasse com estrelas, então teria falado. Se calhar, por ser estrela, falou com gente, sentada num banco de jardim numa manhã qualquer. Mesmo que no espaço não haja manhãs nem bancos de jardim. Outra coisa que não há no espaço é tempo (e no tempo, há espaço?). O que é bastante aborrecido, visto que agora queria escrever que cada dia que passava o ardor crescia mais. Bem, de cada vez que a estrela via o cometa, o ardor aumentava. Um dia, ela tentou chegar-se ao pé dele e falar-lhe desse ardor. A única coisa que lhe saiu, claro está, foi um "parece que vai chover", o que fez com que o cometa ficasse a achar que a estrela era maluca, afinal, o que raio é a chuva?
O ardor cada vez crescia mais. O espaço pode ser infinito, mas a pequenina estrela não, e um dia não suportou mais. "Olha, cometa, eu gosto de ti. Estou apaixonada por ti. Queres namorar comigo?". A ideia teria sido dizer mais ou menos isto, mas quando a estrelinha chegou ao pé do cometa, ele estava a declarar-se a outra estrela, que nem sequer era mais brilhante, aqui para nós. E então, a estrela fugiu a correr, ao mesmo tempo que rebentou. E brilhou como o Sol! E correu, correu, correu. Cá na terra, um rapaz apaixonado e também sofrido de amores viu-a passar, fugaz, no céu negro. Desejou que ela o levasse com ela. Nunca saberia a sua história nem ela a dele, e no entanto, por segundos, abraçaram-se num desejo comum.
Um belo dia, que no espaço é sempre noite, a nossa estrela conheceu um cometa. Bem, ela já o conhecia, mas algo nas suas belas crateras a despertou daquela vez para algo mais. Dentro de si, a estrela sentiu crescer um pequenino ardor, nada de mais, mas suficiente para ser sentido. Ela não sabia o que era. Nem sei eu, ainda, mas descobriremos. Se as estrelas dormissem, aquele ardor teria tirado o sono à nossa estrela. E se comessem, bem, ter-lhe-ia roubado o apetite. E se pudessem escrever, talvez tivesse escrito umas coisas parvas. Ah, e se fosse gente como nós e falasse com estrelas, então teria falado. Se calhar, por ser estrela, falou com gente, sentada num banco de jardim numa manhã qualquer. Mesmo que no espaço não haja manhãs nem bancos de jardim. Outra coisa que não há no espaço é tempo (e no tempo, há espaço?). O que é bastante aborrecido, visto que agora queria escrever que cada dia que passava o ardor crescia mais. Bem, de cada vez que a estrela via o cometa, o ardor aumentava. Um dia, ela tentou chegar-se ao pé dele e falar-lhe desse ardor. A única coisa que lhe saiu, claro está, foi um "parece que vai chover", o que fez com que o cometa ficasse a achar que a estrela era maluca, afinal, o que raio é a chuva?
O ardor cada vez crescia mais. O espaço pode ser infinito, mas a pequenina estrela não, e um dia não suportou mais. "Olha, cometa, eu gosto de ti. Estou apaixonada por ti. Queres namorar comigo?". A ideia teria sido dizer mais ou menos isto, mas quando a estrelinha chegou ao pé do cometa, ele estava a declarar-se a outra estrela, que nem sequer era mais brilhante, aqui para nós. E então, a estrela fugiu a correr, ao mesmo tempo que rebentou. E brilhou como o Sol! E correu, correu, correu. Cá na terra, um rapaz apaixonado e também sofrido de amores viu-a passar, fugaz, no céu negro. Desejou que ela o levasse com ela. Nunca saberia a sua história nem ela a dele, e no entanto, por segundos, abraçaram-se num desejo comum.
terça-feira, 7 de junho de 2011
A Paixão
-É bom sinal gostarmos das mesmas músicas.
-Ora, como se fosse o mais importante...
-Bem, ao menos podemos amar-nos.
-Como assim?
-"Não se ama alguém que não ouve a mesma canção", nunca ouviste dizer?
-Claro, isso é do Rui Veloso. Adoro essa música!
-Tem graça, eu também...
-Ora, como se fosse o mais importante...
-Bem, ao menos podemos amar-nos.
-Como assim?
-"Não se ama alguém que não ouve a mesma canção", nunca ouviste dizer?
-Claro, isso é do Rui Veloso. Adoro essa música!
-Tem graça, eu também...
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